Neurofeedback: Uma Nova Fronteira no Tratamento da Epilepsia

Neurofeedback: Uma Nova Fronteira no Tratamento da Epilepsia

Pesquisadores como Sterman e Thompson trouxeram à tona um tratamento inovador para a epilepsia: a terapia de neurofeedback. Este método não invasivo revelou-se promissor, especialmente para pacientes que não responderam aos medicamentos anticonvulsivantes, mostrando reduções significativas na frequência e intensidade das convulsões.

Sterman, referência na área de neurofeedback, começou seus estudos analisando os padrões de EEG em gatos. Através de um método de treinamento com recompensas alimentares, ele conseguiu ensinar os felinos a autorregular o “ritmo sensório-motor” (SMR) em seus cérebros, permitindo que eles gerassem atividade voluntária nessa área. O SMR, um ritmo único observado no córtex sensório-motor, é muitas vezes considerado a frequência ideal para a espera das vias cerebrais.

Em experimento posterior, após a injeção de um medicamento que induz convulsões, os gatos que haviam recebido treinamento em neurofeedback demonstraram uma resistência prolongada a esses episódios, em comparação aos que não passaram pelo treinamento. Esta descoberta foi replicada em macacos Rhesus e, mais tarde, em humanos, onde o neurofeedback de EEG demonstrou uma redução significativa na frequência e gravidade das convulsões.

O princípio por trás do neurofeedback é que, ao aprender a regular o SMR, os pacientes podem obter maior controle sobre a excitabilidade do sistema nervoso. Essa autorregulação eleva o limiar necessário para que ocorra a excitação das células nervosas, o que torna menos provável a hiperexcitabilidade cortical que caracteriza a epilepsia.

Sterman revisou estudos relevantes entre 1972 e 1996 e revelou que 82% dos pacientes tratados com neurofeedback experimentaram uma redução de mais de 30% nas convulsões. Em média, a frequência das convulsões foi reduzida em 50%, e 5% dos pacientes chegaram a ficar totalmente livres de episódios convulsivos. Uma meta-análise de estudos realizados entre 1970 e 2005 confirmou que 74% dos pacientes, em média, apresentaram uma redução significativa de mais de 50% nas convulsões, algo especialmente encorajador para aqueles que eram resistentes a outros tratamentos.

A Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente reconhece o neurofeedback SMR para tratamento da epilepsia como um método que atende aos critérios de tratamento baseado em evidências. Isso significa que os médicos são incentivados a considerar essa prática na abordagem terapêutica da epilepsia.

O trabalho de Sterman e Thompson expande as possibilidades para o tratamento da epilepsia, mostrando que abordagens não invasivas como o neurofeedback podem não só auxiliar pacientes com resistência a medicamentos, mas também melhorar a qualidade de vida de muitos. À medida que a pesquisa avança, é crucial que profissionais de saúde estejam cientes e integrem essas inovações em suas práticas, oferecendo assim esperança renovada para aqueles que lutam contra essa condição.

Se você ou alguém que você conhece está lutando contra a epilepsia e tem interesse em explorar opções como o neurofeedback, consulte um especialista na área. E fique à vontade para deixar suas perguntas ou comentários sobre o tema neste espaço! 

Referência 

  • Sterman, M.B and Thompson, L.M.. (2014). Neurofeedback for Seizure Disorders. In: Cantor, D.S., and Evans, J.R. Clinical Neurotherapy. London: Elsevier Inc.. 301-320.




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