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TDAH combina Distração e Hiperfoco

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Hiperfoco  não é incompatível com TDAH, pelo contrário. O controle atencional em quem TDAH está mais diretamente ligado à experiência de prazer. Como resultado, o foco é capturado por qualquer fonte de estimulação mais agitada, empolgante, ou que tenha grande relevância emocional.

Por exemplo, algo que a pessoa deseje muito, faça muito bem ou até mesmo que a deixe angustiada – ela pode ficar hiperfocada, não conseguir parar de pensar, desligar, fazer outra coisa igualmente importante. Como o controle voluntário está enfraquecido, o hiperfoco funciona como um túnel para a atenção, direcionando todos os processos cognitivos e energia mental, até que repentinamente se dissipe.

Também por isto, o foco é bastante rígido. Quando se está em hiperfoco, pode-se permanecer neste estado por longos períodos, até que por um efeito de cansaço, exaustão ou frustração (normalmente, uma combinação disto tudo) ele desaparece.

Entrar em hiperfoco pode ser uma benção para algumas pessoas. Muitos portadores de TDAH trabalham em áreas ou se dedicam a atividades com as quais se sentem muito envolvidos e motivados. Isto lhes permite chegar a níveis muito superiores de engajamento e envolvimento, embora ainda assim não exatamente no lugar e hora de sua preferência.

Para tirar do hiperfoco o que ele tem de melhor, são necessárias duas coisas. Em primeiro lugar, saber quais situações o induzem (mais frequentemente, pois não é sempre que acontece). Em seguida, criar estratégias para facilitar a entrada neste estado de “fluxo”. É comum, por exemplo, adultos terem maior dificuldade para iniciar algumas tarefas repetitivas – e depois que iniciam, seguem com a maior facilidade.

Neste caso, entender como seu cérebro funciona ajuda muito. Diminua as distrações iniciais, deixe tudo pronto ao redor para não precisar interromper e apenas comece… depois de algum tempo, o hiperfoco positivo assume o controle.

Também é bem importante treinar a Flexibilidade Cognitiva – a capacidade de entrar e sair do estado de elevada concentração, mudando para outro conteúdo e depois voltando ao anterior. Hiperfocar em excesso, por muito tempo, acaba deixando a pessoa exausta e às vezes até mesmo “enjoada”, o que pode aumentar a resistência a iniciar, da próxima vez…

E como fazer então para aumentar o foco, a capacidade de sustentar o esforço mental por mais tempo? Ou conseguir mudar / recuperar o foco quando distraímos ou somos interrompidos?

A boa notícia é que há maneiras muito eficazes, duradoras, naturais e bastante acessíveis de ter um cérebro melhor. O cérebro é extremamente plástico – significa passível de ser modificado, aprimorado – tanto em adultos como em crianças. A partir desta característica de neuroplasticidade, diversos tipos de treinamentos vem sendo desenvolvidos, usando tecnologias cada vez mais avançadas e cientificamente fundamentadas. É o Neurofeeback – neuromodulação do cérebro.

É uma das linhas de tratamento que considero mais promissoras, que traz grandes benefícios tanto para os casos de TDAH, seja adulto ou infantil. Igualmente é bem eficaz como coadjuvante no tratamento das comorbidades, problemas de aprendizagem e até mesmo perdas pelo envelhecimento.

 

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