A relação da restrição alimentar com a compulsão

A relação da restrição alimentar com a compulsão

Compulsão alimentar é o mais comum dos transtornos alimentares, caracterizado pelo consumo repetido de quantidades grandes de alimentos (mesmo sem fome), acompanhado de perda de controle e culpa. 

Está associado a pelo menos 3 dos seguintes critérios: 1) comer mais rapidamente do que o normal; 2) comer quando não está fisicamente com fome; 3) comer até ficar desconfortavelmente cheio; 4) comer sozinho por vergonha; 5) sentir nojo de si mesmo, deprimido ou culpado depois de comer demais. 

A restrição alimentar é uma das principais causas da compulsão alimentar, gerando um ciclo vicioso: restrição —> desejo do alimento proibido —> compulsão alimentar —> culpa/vergonha —> insatisfação corporal —> restrição alimentar. 

Nas últimas décadas, a relação com a comida sofreu uma enorme perturbação, advinda da regulação cientifica, dos ideais de beleza, do crescimento da produção industrial de alimentos, da massificação e da cultura. Além disso, as redes sociais trazes imagens inalcançáveis que refletem ideais inalcançáveis de beleza, impactando principalmente as mulheres. 

Produtos diets e lights também foram desviados do seu principal foco para o público diabético e passou a ser amplamente consumido com apelos para emagrecimento. E alimentos considerados “proibidos” são usados como prêmios ou calmantes.

A desregulação do controle da fome e saciedade é uma das explicações para compulsões e transtornos alimentares. E isso começa durante a infância, quando os pais utilizaram frases como “você só vai comer sobremesa se raspar o prato todo” tirando a percepção de saciedade da criança pois ela acaba comendo além do que aguenta e usando doces ou sobremesas como forma de recompensa. 

Nos últimos anos, dietas famosas restringem tanto quantidade quanto qualidade alimentar, a fim de obter a construção de um corpo idealizado. A fobia à gordura e dietas da moda passaram a dominar a alimentação e o ato de comer deixou de ser uma necessidade e passou a gerar intensa fobia. Passou-se a comer com medo, angústia e com a sensação de que está fazendo de maneira errada. A compulsão alimentar se desenvolve mediante a privação alimentar calórica ou de prazer. 

Ao fazer uma dieta restritiva, é comum a primeira vez funcionar muito bem, diminuindo o peso na balança, porém essa perda é principalmente de massa magra e água e não apenas gordura. O sucesso dessa perda de peso a longo prazo é muito baixa e a maioria das pessoa recupera o peso perdido. Com isso novas tentativas de dietas tornam-se cada vez mais difíceis e passam a não funcionar. 

Vale lembrar que a alimentação é um ato social, coletivo e cultural e a comida além de ter funções nutricionais, tem também aspectos culturais e simbólicos.




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