No dia-a-dia, realizamos facilmente atividades graças à habilidade de discriminação visual, que é a capacidade de identificar com precisão as diferenças e semelhanças entre objetos ou formas semelhantes. Em um supermercado sabemos distinguir as diferenças entre tomates e caquis só de olhar. Do mesmo modo, somos capazes de identificar nosso carro no estacionamento ao lado de outros veículos.
Essa habilidade começa a se desenvolver muito cedo e desempenha um papel fundamental no aprendizado de crianças de todas as idades. Os bebês utilizam-na para reconhecer rostos de familiares e objetos que os cercam. A discriminação visual também é fundamental na matemática e na alfabetização.
Uma criança com essa habilidade pouco desenvolvida não percebe diferenças sutis entre letras como “q” e “p”, “u” e “n”, “d” e “b”; ou números, como “3” e “8”, “2” e “5”, “6” e “9”. Ela pode responder de cabeça quanto é “2 + 1” e, no entanto, não conseguir resolver a mesma operação no papel.
Essa situação pode gerar dúvidas, confusão, hesitação e frustração toda vez que a criança estiver diante de palavras e números escritos e não conseguir distinguir suas diferenças.
Mas, então, como ajudar seu filho de 2 a 6 anos a aprimorar as habilidades de discriminação visual e evitar a confusão entre letras e números semelhantes?
Assim como, quanto mais praticamos um esporte, melhor nos saímos nele, essa habilidade também deve ser exercitada dia a dia.
Dicas para treinar a discriminação visual!
Listamos abaixo uma série de atividades simples e divertidas para você praticar com seu filho e ajudá-lo a desenvolver essa habilidade.
No armário. Vá até o armário e diga à criança para pegar uma determinada peça de roupa (“Pegue a camisa azul de manga curta” ou “Pegue a calça preta”).
Comparando brinquedos. Os brinquedos das crianças são ótimas ferramentas para trabalhar a discriminação visual. Comece a atividade propondo a comparação entre apenas dois objetos. Vá aumentando a quantidade de itens para que a atividade fique mais desafiadora. Permita que a criança pegue nos objetos e sinta sua textura e peso: essas pistas físicas podem auxiliá-la.
Coloque dois carrinhos lado a lado e pergunte: “Qual é a cor deste? E deste?” “Qual deles é o maior? O azul ou o amarelo?” A brincadeira também pode ser realizada com crianças menores. Nesse caso, os pais devem explicitar as diferenças e semelhanças, dizendo: “Filho, veja como o carro amarelo é maior do que o azul!”
Se a criança fizer as distinções com muita facilidade, retire as “muletas táteis” e trabalhe a discriminação visual apenas com imagens: coloque diante dela dois cartões com ilustrações de objetos similares.
Caixa de areia. Se você já apresentou as letras e os números à criança, eis mais uma alternativa. Peça a ela para escrever aqueles que mais facilmente podem causar confusão, usando uma caixa de areia e o dedo indicador. Escreva a letra F e a letra T. Em seguida, diga: “Você viu como a letra T maiúscula tem um traço grande horizontal em cima, enquanto a letra F tem dois traços?” “Olhe só o ‘b’ minúsculo! Ele está com a barriga virada para a frente, enquanto o ‘d’ está com a barriga virada para trás.” Recursos sensoriais como a caixa de areia contribuem para que a criança identifique melhor as diferenças e semelhanças.
Formas geométricas. Recorte quadrados, retângulos e círculos – se tiver em casa, utilize formas geométricas de plástico ou madeira. Em um primeiro momento, coloque três quadrados iguais ao lado de um círculo. Pergunte à criança: “Quais formas são iguais? E qual é diferente?” Feito isso, peça para seu filho dizer a diferença entre as formas: por exemplo, o quadrado tem quatro lados, o triângulo tem três e o círculo não tem lados; o quadrado tem quatro pontas, o círculo não tem.
Jogo dos 7 erros. Quem nunca gastou um bom tempo tentando encontrar as diferenças entre duas imagens aparentemente similares, mas que, de forma proposital, guardam diferenças sutis entre si? Brincando de jogo dos 7 erros, a criança também desenvolve a discriminação visual.
Compras no Supermercado. Descreva a cor, a forma e a textura (se possível) de um determinado produto e peça para a criança encontrar e colocar no carrinho.
Em contato com a natureza. Peça para a criança observar diferenças e semelhanças entre flores no parque ou no jardim de casa, trabalhando questões como cor, forma e textura.
Se com as dicas, você não sente segurança em conseguir ajudar seu filho, procure um profissional especializado.
Com poucos encontros, virtuais ou presenciais você vai encontrar soluções!!!!
Agende um horário!