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A inclusão social, a mediação e suas dificuldades

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           Os setores da Cultura, da Educação, Lazer e Trabalho podem ser entendidos como mediadores da inclusão social, e o que é incluir socialmente?

Historicamente, as pessoas que apresentam diferenças muito acentuadas em relação à maioria costumam ser alvo das mais diversas estratégias de violência simbólica. Um dos segmentos da população colocados nessa posição tem sido as pessoas com transtorno de desenvolvimento, deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas. E por mais que tenhamos melhorado muito, ainda nos deparamos com o despreparo para essa inclusão.

A Legislação Brasileira (LDB – 1996) prevê igualdade de condições ao acesso e permanência na escola para todas as crianças. Tal legislação garante o direito de crianças com necessidades educacionais especiais estarem matriculadas em escolas regulares e, assim, coloca em evidência a questão da inclusão escolar. No entanto, não é o fato de o direito ao acesso à escola estar garantido, que garante uma inclusão bem-sucedida. Este processo não é simples e sem problemas, nem para as crianças, nem para as escolas, ainda mais quando se trata de uma criança com comprometimento psíquico grave, pois implica mudanças e possíveis dificuldades para ambas as partes.

É essencial considerar cada caso em particular, com suas especificidades e pensar um processo de inclusão que possa ser possível. As crianças que apresentam uma dificuldade maior na relação com seus pares, percebem o contato com os outros como ameaça, tendo muita dificuldade em suportar o barulho e a “invasividade” dos outros ao seu redor. Diante desta situação, a inclusão escolar fica impedida, já que estas crianças não suportam o encontro com os outros. Portanto, a relação delas com a demanda dos outros e da escola precisa ser mediada. Para estes casos, o mediador é uma estratégia que pode trazer benefícios.

Embora o enfoque deste trabalho seja mais clínico do que pedagógico, e a escola seja uma instituição cujo foco não é clínico, nestes casos, uma mediação clínica escolar pode ter efeitos importantes para o processo de inclusão.  Assim, pode-se dizer que a mediação, além dos efeitos terapêuticos também oferece uma sustentação no cotidiano escolar, na medida em que também se ocupa de mediar a relação da criança com possíveis adaptações curriculares, o que permite avanços no processo de inclusão.

Outro ponto importante para a mediação são as conversas com os professores sobre as possibilidades e limites específicos da criança. A partir disso, a professora de sala pôde oferecer atividades paralelas às do grupo, a partir de adaptações curriculares, que se aproximavam mais das possibilidades e necessidades da criança, transmitindo conteúdos pedagógicos.

O princípio básico de que Inclusão é a participação ativa nos vários grupos de convivência social, não é uma prática simples para vários desses setores. Falta informação, falta formação técnica, para quem tem que exercer a mediação e chegar à inclusão. É claro também falta empatia e sobra preconceito em muitos casos, mas aqui vamos pensar que já passamos pelo degrau da empatia, só ela não basta, é preciso aprender a saber fazer.

 

 

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