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Autoestima e TDAH

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No que se refere ao conceito de autoestima, podemos  descrevê-lo como sendo a opinião e o sentimento que cada um tem de si mesmo, é ter consciência de seu valor pessoal, acreditar, respeitar e confiar em si. A autoestima, juntamente com o amor-próprio é a base para o ser humano.

O que é afinal autoestima?

Podemos nos referir a ela como a confiança básica que cada um tem (ou não) em si. Ela tem haver com a própria crença na capacidade de pensar, de confiar em sua habilidade em dar conta daquilo que a vida apresenta em suas exigências básicas. […] Em outras palavras, ter a convicção de possuir um valor pessoal que dá condições de atingir suas metas, fazer suas escolhas e em suas relações com os outros poderem crer que há pessoas que gostam de si por aquilo que ela é.

A autoestima começa a se formar na infância, a partir de como as outras pessoas nos tratam, ou seja, as experiências do passado exercem influência significativa na autoestima quando adultos. Perde-se a autoestima quando se passa por muitas decepções, frustrações, em situações de perda, ou quando não se é reconhecido por nada que faz.

O TDAH é conhecido como um dos transtornos que mais afeta, negativamente, a auto-estima das pessoas. Crianças e adultos com TDAH são particularmente mais vulneráveis a baixa auto-estima do que as outras pessoas.

Isto se deve em parte porque, nas ocasiões de convivência em geral, a impulsividade do tdah o denuncia rapidamente, e seu comportamento é imediatamente reconhecido como “inconveniente”, expondo-o a uma situação de embaraço.  Por outro lado, as respostas vindas do meio externo (família, colegas de classe ou trabalho, professores, chefes, etc.), frequentemente são de critica, repressão, descrédito ou chacota.

O feedback negativo que eles recebem, contribuem severamente para que sintam como se estivessem sempre errados ou fazendo besteiras. Sentem-se incompetentes e incapazes de fazer qualquer coisa direito.

Na infância principalmente, algo que colabora ainda mais para a auto-estima negativa é que, ao contrário de outros distúrbios, o TDAH não causa simpatia. A criança tende a gerar frustração, irritação e impaciência naqueles que estão ao seu redor. O tempo todo, por todos os lados a criança ouve: “Pare de se mexer”, ”Pare de interromper”, “Pare de falar tanto”, “Isto é preguiça”, “Isto é má vontade”, “Você não presta atenção porque não quer”, etc. Claro que isto contribui para que a criança com TDAH sinta como se estivesse sempre fazendo alguma coisa errada, e como se as pessoas não gostassem dela, por ela ser ‘do jeito que é’. Infelizmente, ter TDAH muitas vezes coloca a criança mais perto da extremidade mais baixa de seus sentimentos gerais de autoestima.

Imaginem, uma pessoa que  passa a vida toda sem ter conhecimento do transtorno, sem o diagnóstico de TDAH. Ela tem problemas na escola, não consegue aprender – porque na verdade não consegue se concentrar, mas ela não sabe disto, nem  os pais e nem os professores. Por mais que todos se empenham, nada funciona, e a criança vai de mal a pior na escola. Em poucos anos de vida escolar, estudar é sinônimo de martírio. Ela tem certeza de que é ‘burra’ e incapaz de aprender. Os professores dizem que ela é distraída, ‘não quer nada com a vida’. Os pais a chamam de preguiçosa, os colegas de classe fazem chacota e a excluem.  Esta pessoa chega à vida adulta sem auto-aceitação (afinal, se ninguém a aceita, por que ela se aceitaria?), sem auto-confiança (não se sente capaz), e por consequência, com auto-estima muito baixa. Se, no entanto, esta mesma criança for muito boa em um esporte, por exemplo, e tiver a oportunidade de descobrir e mostrar este talento, a configuração pode mudar. Ela pode vir a ter o respeito dos colegas, passar a ser incluída em alguns grupos, e apesar dela continuar se sentindo incapaz de aprender, ela adquire auto-confiança quanto ao seu talento esportivo. A partir desta perspectiva, ela poderá atingir um nível de aceitação social, o que poderá melhorar sua auto-estima.

Desta forma, descobrir outros campos de atividades e relações sociais onde a criança possa ter um talento natural e desenvolvê-los, é uma das melhores ferramentas para ajudar a alavancar uma imagem positiva de si mesmo.

A autoestima influencia em tudo que fazemos, pois é o resultado de tudo que acreditamos ser, por isso o autoconhecimento é de fundamental importância para aumentar a autoestima. Ou seja, confiar em si mesmo, ouvir sua intuição, acreditar em sua voz interior, respeitar seus limites, reconhecer seus valores, expressar seus sentimentos sem medo, sentir- se competente, capaz e se tornar independente da aprovação dos outros, tudo isso faz com que a autoestima se eleve.

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